Ficar em casa é a orientação unânime de médicos e especialistas para conter a disseminação do novo coronavírus. Apesar de ser uma medida protetora, o isolamento social pode representar perigo para muitas mulheres vítimas de violência. Em tempos de pandemia alguns indicadores relacionados à violência doméstica preocupam e reacendem um alerta para a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres.
Buscando garantir a proteção dessas vítimas, órgãos e instituições de São Gonçalo permanecem funcionando durante a quarentena, como o Centro Especial de Orientação à Mulher (Ceom). Considerado uma política pública de referência no combate à violência contra a mulher, o equipamento vinculado à Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência (Semimd) está atendendo em escala de plantão, cumprindo as medidas estabelecidas para evitar aglomerações e que a população saia às ruas, em decorrência da situação de emergência no município.
O equipamento está realizando atendimentos de segunda a sexta-feira, das 10h às 14h, para os casos mais graves que necessitem de orientação e acolhimento. Para outras informações estão disponíveis o Whatsapp: 21 96427-0012 e o email: ceomzuzuangel4@gmail.com .
“Desde o início do quarentena os números de antendimentos não aumentaram, mas isso pode representar inúmeros fatores relacionados aos cuidados com filhos que estão sem ir à escola, redução nos transportes públicos, entre outras questões. Mas é preciso que essa mulher fique consciente e denuncie o agressor, por isso disponibilizamos também um número de whatsapp para que ela possa ser orientada sem precisar de deslocar até o Ceom”, explica a assistente social e coordenadora do Centro, Lílian Duca.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM-SG) continua com o horário de funcionamento normal, de segunda a domingo, 24 horas por dia. Todos os crimes relacionados à Lei Maria da Penha estão entre os atendimentos prioritários durante o período da quarentena. Além do Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência) e do 129 (Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro), a cidade de São Gonçalo ainda conta com as redes de proteção através do Conselho dos Direitos da Mulher, localizado na Rua Doutor Porciúncula, 395, Venda da Cruz; Movimento de Mulheres, na Rua Rodrigues da Fonseca, 201, Zé Garoto; Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), na Avenida Dezoito do Forte, 578, Mutuá; e através do próprio CEOM, na Rua Camilo Fernandes Moreira, em Neves.
“O alerta fica também para vizinhos e familiares que moram perto às vítimas. Caso presenciem situações de violência ou escutem gritarias e barulhos que remetam à agressão, por favor, denunciem também através desses canais. Muitas vezes essas mulheres também não têm coragem de denunciar e não conseguem romper com esse ciclo, podendo chegar ao feminídio. É preciso dar um basta à violência contra mulher!”, afirma a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Mariluce Souza.
Para a secretária da Semimd, Marta Maria Figueiredo, o isolamento social é essencial nesse período de pandemia, mas suas casas devem oferecer segurança e não perigo.
“A casa da mulher deve ser o lugar mais seguro do mundo para ela e sua família, ainda mais durante a quarentena. Em situações de violência essas vítimas precisam buscar ajuda com urgência e, por isso, a nossa equipe técnica do Ceom segue trabalhando todos os dias, de segunda a sexta, oferecendo, além do acolhimento, apoio psicológico, jurídico e assistencial às vítimas. Nosso maior objetivo é ajudá-las a romperem esse ciclo de violência”, destaca Marta.
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