População em situação de rua começa a ocupar espaço criado pela prefeitura de Volta Redonda

Estrutura foi montada na Arena Esportiva para garantir a segurança e proteger essas pessoas do Covid-19

Doze pessoas que vivem em situação de rua já estão abrigadas no espaço criado pela Prefeitura de Volta Redonda, na Arena Esportiva, no bairro Voldac, para a proteção contra o Novo Coronavírus (COVID-19). Equipes do Consultório na Rua, responsável pelo atendimento, percorreram os bairros da cidade para falar sobre o funcionamento do local. 

O prefeito Samuca Silva explicou que, a princípio, a estrutura para que eles possam ficar de quarentena seria montada no Colégio Getúlio Vargas, no bairro Laranjal. “Como a Arena Esportiva é bem ampla e possui um espaço aberto, achamos que seria o local mais indicado para abrigar a nossa população em situação de rua. Com essa nova estrutura, estamos ampliando o atendimento realizado no Albergue Municipal, que também tem uma estratégia montada para a proteção ao Novo Coronavírus. Não vamos parar nossas ações para proteger a nossa população. Vamos vencer essa guerra contra o COVID-19”, salientou o prefeito.

Com capacidade para atender 40 pessoas, a estrutura possui um espaço de isolamento para quem tem algum sintoma suspeito de Covid-19. Durante o dia todo, até às 20h, a equipe do Consultório na Rua, composta por enfermeiros, psicólogo, técnico de enfermagem e assistente social, e a equipe da Saúde Mental cuidarão e farão atividades individuais com os abrigados. Após esse horário, haverá um cuidador em saúde e guarda municipal monitorando o local.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Alfredo Peixoto, os abrigados precisam seguir algumas regras de convivência. “Para garantir a segurança de todos, eles não poderão entrar e sair. Precisam respeitar esse período de restrição”, disse o secretário.

Já a coordenadora do Setor de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Renata Vasquez, explica que o espaço de isolamento será para os usuários que apresentem sintomas suspeitos de Covid-19. “Serão disponibilizadas máscaras, álcool em gel, além de orientações quanto à importância do cuidado com a separação de objetos pessoais e cuidados de higiene, como a lavagem das mãos. Pessoas que tiverem agravamento do quadro, sem melhora com o uso de medicação, serão encaminhadas para unidades de referência”, explicou a coordenadora.

Renata ressaltou ainda que alguns moradores em situação de rua possuem animais e que esse aspecto afetivo também foi pensado. “Sabemos do laço afetivo que eles têm com seus animais, por isso reservamos um espaço dentro da Arena Esportiva para cuidar deles. Os animais que chegarem irão passar por banhos, tosas, vermífugos e antiparasitários para que possam ficar junto com os abrigados”.

REDE DE ATENDIMENTO – Volta Redonda conta hoje com uma rede de atendimento às pessoas em situação de rua. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro POP, que fica no bairro Aterrado, proporciona higiene pessoal, alimentação, retirada de documentos, contato familiar, atendimento psicossocial.

O município conta também com o Serviço de Atendimento ao Migrante (SAM), que funciona na rodoviária e oferta a concessão de passagem rodoviária para os usuários em trânsito. Atualmente, são atendidas por dia 50 pessoas em situação de rua, em sua maioria migrante.

Já o Abrigo Municipal Seu Nadim, no bairro Nossa Senhora das Graças, é um espaço de acolhimento provisório para adultos munícipes em situação de rua, encaminhados pelo Centro Pop, a fim de resgatar os vínculos familiares, sociais e comunitários, assegurando a autonomia dos usuários. Hoje o espaço atende 16 pessoas em acolhimento, seguindo as orientações sobre o distanciamento das camas no quarto. O abrigo funciona 24h, todos os dias.

O secretário de Ação Comunitária de Volta Redonda, Ailton Carvalho, explicou que o espaço na arena é mais um suporte para acolher essas pessoas que estão em situação de rua. “A Smac continua com o serviço de atendimento dessas pessoas no Centro Pop e no Abrigo municipal Seu Nadim. Entendemos que as pessoas que estão em situação de rua têm um vínculo com esses espaços e tem a referência desse local, como um lugar de cuidado. Lá eles vão encontrar atendimento especializado, acolhimento e orientação. Continuamos de porta aberta, ofertando os serviços. Compreendemos que a gente precisa cuidar e proteger essas pessoas que estão mais vulneráveis, não só no âmbito da saúde, como também nos aspectos sociais”, disse o secretário.

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