Em caso de corrupção envolvendo direitos de TV no futebol, a promotoria Suíça acusou dois grandes nomes do futebol mundial. Trata-se de milhões em pagamentos sonegados e uma vila em Sardenha.

O Ministério Público Suíço apresentou acusações relacionadas à concessão de direitos televisivos referentes à Copa do Mundo e a Copas das Confederações. As acusações são contra o ex-secretário-geral da FIFA Jérôme Valcke e o presidente do Paris Saint-Germain (PSG), Nasser Al-Khelaifi.

Valcke é acusado de usar seu cargo na FIFA para influenciar a concessão de direitos de TV em favor de Al-Khelaifi e do outro empresário. O francês de 59 anos é acusado de suborno passivo e falsificação de documentos, como anunciou o promotor federal. As investigações mostram que Valcke recebeu quantias indevidas e não declaradas de ambos os co-acusados.

Villa grátis e pagamento de 1,25 milhão

O presidente do PSG, Al-Khelaifi, que também é o presidente administrativo do grupo de televisão do Catar belN Media, é suspeito de ter fornecido a Valcke uma vila em Sardenha por um ano e meio. Segundo estimativas, o aluguel teria custado entre 900.000 e 1,8 milhões de euros. Valcke, que ocupou a secretaria-geral da FIFA de 2007 a 2016, foi autorizado a morar na vila gratuitamente, de acordo com a investigação. Os documentos mostram que Valcke recebeu três pagamentos de um terceiro empresário, totalizando 1,25 milhões de euros. Valor depositado na conta da sua empresa de consultoria Sportunited. Como Valcke teria sonegado impostos, alterado recibos e camuflado as transações, ele também foi acusado de falsificar documentos

A acusação de administração infiel de negócios baseia-se no fato de que Valcke não relatou os benefícios que a FIFA lhe concedeu e, como seu secretário-geral, teria abusado das prerrogativas constitucionais, utilizando do cargo para enriquecimento ilegal. Nesse contexto, a acusação aponta Al-Khelaifi e o terceiro suspeito de instigar uma conduta infiel nos negócios. 

O Promotor Federal Suíço teve que abandonar a alegação de suborno ativo contra Al-Khelaifi porque a FIFA retirou parte da denúncia criminal. Segundo o comunicado a imprensa, a FIFA e Al-Khelaifi chegaram a um “acordo amigável”, publicado sem mais detalhes. O Ministério Público Federal enviara suas queixas criminais ao Tribunal Penal Federal Suiço.